Política

Governo Caiado pode mutilar gestão do prefeito Renato

O prefeito de Goianésia, Renato de Castro foi um dos primeiros do MDB a declarar apoio à candidatura de Ronaldo Caiado (DEM) ao Governo do Estado. Na época, o gesto do emedebista foi interpretado como traição ao também governadoriável Daniel Vilela, líder do seu partido. Renato foi ameaçado de expulsão da legenda, o que não aconteceu.

O tempo passou. Caiado ganhou. Renato, como aliado de primeira hora, não conseguiu emplacar nenhum secretário, como era esperado. Fontes ligadas ao Paço Municipal garantem que houve uma sondagem ao nome do pai do prefeito, Manoel Castro de Arantes, o Fião, para deixar a secretaria municipal da Casa Civil para integrar possivelmente um cargo no primeiro escalão do Governo Caiado. Não avançou. Fião fica em Goianésia.

Para agradar Renato o governador deve alojar no Palácio das Esmeraldas quatro dos mais importantes quadros da linha de frente da gestão municipal: Paulo Vítor (Chefe de Gabinete), Jairo Pacheco (secretário de Finanças), André Wenceslau (secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos) e Thalles Moura (diretor de Comunicação).

No momento que inicia o segundo tempo da gestão de Renato – o momento decisivo -, seu time sofrerá um irreparável desfalque. Paulo Vítor, que era o camisa 10 do time, já está em Goiânia. Ocupará cargo importante junto ao governador. Ao lado de Jairo Pacheco e Thalles Moura, formava o núcleo político mais próximo de Renato. André Wenceslau é cota pessoal do prefeito.

Sem eles, a gestão perde e, principalmente, Renato perde seus principais interlocutores e vê o poder de Fião aumentar ainda mais dentro das decisões do Paço Municipal.

Do ponto administrativo, a gestão demora, no mínimo, seis meses para se recompor. Teoricamente. A dificuldade será encontrar quadros com o mesmo nível. Exportar alguns de seus melhores auxiliares é como o time que vende seus principais jogadores para a Europa. Fica naturalmente mais fraco tecnicamente. E fica vulnerável no exato momento que precisa mostrar poder de decisão, concluir obras e mostrar serviço, visando a eleição, que já é daqui a um ano e meio.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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